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setembro 10, 2014  |   Via3 Automóveis

A Bosch fez um acordo com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa do Consumidor) e confessou a prática de cartel no mercado de autopeças e componentes automotivos entre os anos de 2000 e 2013.

O acordo com o órgão federal antitruste foi firmado pela Robert Bosch GmbH e Robert Bosch Ltda, sendo que a autodenúncia supostamente citaria a concorrente Cerâmica e Velas de Ignição NGK do Brasil Ltda. A combinação de preços teria sido feita de várias formas, entre as quais jantares, reuniões, e-mails e telefonemas.

O cartel foi intensificado entre as duas empresas especialmente no fornecimento de velas de ignição. O negócio ilegal só foi revelado porque a Bosch teria alterado sua “política interna e externa empresarial”. Com isso, os Ministérios Públicos de São Paulo e Federal estão investigando o cartel. O rastreamento dos negócios das duas empresas já começou.

Atualmente, as duas empresas são os únicos fabricantes de velas de ignição no Brasil e o prejuízo causado pelo cartel ainda não foi estimado. A empresa alemã revelou que os valores dos produtos continuam preços e condições uniformes para fabricantes de motores, mercado de reposição e algumas montadoras.

Elas ainda praticavam a alocação de clientes, bem como divisão de mercado e troca de informações comerciais sensíveis. A Bosch confessou que estratégias e reajustes futuros de preços eram compartilhados e até mesmo a matriz na Alemanha tinha conhecimento da prática, pois houve troca de informações sobre novos motores V6 e V8 da Daimler, um cliente comum às duas empresas.

A autodenúncia da Bosch cita pessoas jurídicas e físicas envolvidas no processo ilícito e o acordo prevê que a empresa tenha imunidade administrativa e processual penal com relação à prática de cartel e delitos correlatos em troca da denúncia e da colaboração incondicional dos envolvidos. Apenas a alemã pode pleitear o benefício pois é a denunciante.

Fonte: Correio Popular