Dieselgate: Ford recebe 58 acusações por causa de emissão de poluentes nos EUA

Como uma pedra lançada sobre a água, o Dieselgate não fez apenas estragos ambientais e financeiros – especialmente nas contas da Volkswagen – mas também abriu as portas para um lado obscuro do setor automotivo mundial. Após o escândalo protagonizado pelo fabricante alemão, que deverá pagar mais de US$ 25 bilhões em multas, indenizações e reparações, outras montadoras também acabaram caindo na malha fina dos governos.

Afinal, se a Volkswagen conseguiu manipular 11 milhões de carros diesel em todo mundo, por que outros não fariam o mesmo? A corda começou a estourar para vários lados, em especial para as francesas Renault e PSA. Na Alemanha, a Mercedes-Benz também foi acusada de fazer o mesmo, bem como a Fiat na Itália após delação alemã. Nos EUA, além da VW, descobriu-se que a FCA havia utilizado o mesmo artifício em motores diesel da RAM e Jeep, apesar do fabricante negar envolvimento até 0 fim.

Agora é a vez da Ford. Até então, a montadora de Dearborn estava tranquila quanto à possível alegação de que utilizaria o mesmo processo de manipulação em motores diesel que as demais. Na Europa, onde a gama da marca é maior, a empresa apenas foi colocada sob suspeita num teste de emissão da minivan C-MAX, mas sem grandes consequências pela discrepância apresentada.

No entanto, agora o escritório de advocacia americano Hagens Berman, que já participou de outros casos do tipo, apresentou no Tribunal Distrital Federal de Detroit, Michigan, nada menos que 58 acusações relativas à emissão excessiva de óxido de nitrogênio em picapes e caminhões F-250 e F-350 Super Duty vendidos entre 2011 e 2017.

Fala-se que a Ford teria vendido pelo menos 500 mil unidades desses dois modelos com emissão de NOx entre 30 e 50 vezes acima do permitido por lei. Além disso, pesa contra a montadora a campanha de marketing que alega estes serem os “Super Duty Diesel mais limpos de todos os tempos”, o que configuraria propaganda enganosa se de fato for apurado que houve manipulação do controle de emissão dos motores diesel. A Bosch também é mencionada nas acusações por participar do esquema.

De acordo com a Berman, são 58 violações contra a lei que protege o consumidor, além de cobrar US$ 8.400 a mais por veículos diesel em relação aos equivalentes a gasolina, com a promessa de economia e baixa emissão. O processo foi arquivado no dia 10 de janeiro e a montadora não se manifestou sobre as acusações. Os modelos F-250 e F-350 Super Duty utilizam motores diesel V8 6.7 Power Stroke de 450 cv.

Fonte: Autoblog/Business Wire

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AGÊNCIA CMI
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