Em 2025, o governo irá implementar o Proconve L8, nova legislação ambiental que limitará a emissão de poluentes no país até 2029. Com isso, carros movidos por gasolina precisarão estar preparados para uma redução drástica nesse caso.
Contudo, a gasolina não será a maior das preocupações e sim o etanol. Há 40 anos servindo ao mercado nacional como uma alternativa de baixo impacto de carbono, o combustível pode simplesmente inverter sua posição diante do derivado de petróleo.
O motivo nem é o processo de cultivo da cana-de-açúcar, da qual é um subproduto. Como se sabe, as queimadas geram grande quantidade de emissão de carbono na atmosfera.
Ainda assim, esse também não é o problema em questão. Trata-se da combustão do álcool dentro dos motores. Apesar do combustível ser considerado de muito baixo impacto em termos de emissão de CO2, ele emite uma boa quantidade de hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio nos propulsores abastecidos com ele.
Esses gases ajudam na formação de ozônio na atmosfera baixo, o que é muito prejudicial à saúde. Este será reduzido com o Proconve L8 para níveis que os motores atuais não podem cumprir. Em 2022, o L7 entra em vigor para limitar essa emissão de hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio em 80 mg/km de forma combinada.
Em 2025, o limite será de 50 mg/km até 2027, 40 mg/km em 2028 e 30 mg/km em 2029. A drástica redução na emissão desses gases exigirá alterações ainda mais radicais nos motores produzidos para o mercado nacional.
Durante reunião da AEA – Associação de Engenharia Automotiva – para debater os resultados de 2019, os participantes apresentaram algumas propostas e previsões para resolver a questão, entre elas o aumento necessário das vendas de carros elétricos para reduzir o volume de carros movidos por etanol.
Outra até mesmo fala do fim dos motores flex. O motivo é que estes não queimam totalmente o etanol, assim como a gasolina. Então, saída seria aumentar a eficiência dos propulsores para consumirem menos álcool e poluírem menos.
Nesse processo, também o etanol entra na questão, propondo-se que o combustível tenha um grau de pureza maior que o atual, onde o produto conta com 7% de água em sua composição.
Apesar de o prazo ser bem curto e alarmante para o setor automotivo, a AEA pondera que o cálculo de emissão conjunta de hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio se baseia num modelo americano, onde o etanol é diferente do brasileiro. Pode haver discrepância para a realidade nacional, só não se sabe se para cima ou para baixo.
A AEA busca uma solução para este caso, porém, mais do que isso, alerta: até 2036, o nível de ozônio na atmosfera baixa, aquela que respiramos, dobrará se não houver evolução dos motores atuais. Esse gás é altamente prejudicial à saúde, provocando queimaduras no sistema respiratório.
Fonte: Automotive Business