A Fiat Chrysler (FCA) desistiu da proposta de fusão com a Renault. A empresa ítalo-americana divulgou um comunicado na noite desta quarta-feira (5), confirmando a decisão.
Na carta, a Fiat Chrysler afirma que o acordo tinha sido pensado com “termos cuidadosamente equilibrados para oferecer benefícios substanciais a todas as partes”.
No entanto, culpou o governo francês pela não concretização do negócio. “Tornou-se claro que as condições políticas na França não existem atualmente para que essa combinação prossiga com sucesso”, disse o comunicado.
A empresa ainda agradeceu ao Grupo Renault, seu presidente, e as fabricantes Nissan e Mitsubishi.
Segundo a agência Reuters, a decisão teria sido tomada após o governo francês, dono de 15% da Renault, ter pedido para adiar a decisão sobre a união das empresas para poder consultar a Nissan, empresa com quem a Renault tem aliança.
Mais cedo, nesta quarta-feira, uma reunião de mais de seis horas de duração foi realizada pela diretoria da Renault.
Após o encontro, a empresa divulgou um comunicado, confirmando que continuava interessada no negócio, mas que “não pôde tomar uma decisão devido ao pedido expresso dos representantes do estado francês para adiar a votação para um conselho posterior”.
Em nota, o Grupo Renault disse ter visto a abordagem da FCA como oportuna e construtiva, além de encarar como um reconhecimento da atratividade da Renault e da aliança com as japonesas Nissan e Mitsubishi.
“Estamos satisfeitos com a abordagem construtiva da Nissan e queremos agradecer à FCA por seus esforços e ao Conselho de Administração da Renault por sua contínua confiança”, apontou a empresa.
Curiosamente, o governo francês já havia declarado apoio à fusão, sob a condição de preservar empregos e locais industriais franceses, proteger a aliança com a Nissan e assinar um projeto europeu de fabricação de baterias.
Como seria a fusão
A proposta da FCA foi unir as empresas, em um negócio de US$ 35 bilhões, resultando em um grupo formado com 50% de participação para cada lado.
Com a possível fusão, o novo grupo seria a terceira maior fabricante do mundo, juntando forças para enfrentar os desafios da indústria de montagem, incluindo regulamentação de emissões pesadas, eletrificação de veículos, conectividade e autonomia de direção.
Quem é dono de quem?
A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Porém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma fusão.
Por isso se identificam como uma aliança, diferente do Grupo Volkswagen e da Fiat Chrysler (FCA), donos das marcas que estão sob seus respectivos “guarda-chuvas”, como Audi e Porsche, no caso da Volks, e Jeep e Ferrari, da FCA.