Com o aumento do percentual de etanol na gasolina para 27%, os automóveis com motores movidos apenas pelo derivado de petróleo terão aumento de consumo. Segundo especialistas, o acréscimo será de 4%. Em motores flex, o maior percentual não vai influir em nada, pois o propulsor já é calibrado para aceitar qualquer mistura dos dois combustíveis e por isso tende a funcionar conforme o estipulado pelo fabricante.
No caso dos motores a gasolina, podem ocorrer falhas na partida e no funcionamento, aumento das emissões de gases e também desgaste prematuro de peças. Muitos propulsores foram calibrados para uma gasolina entre 22% e 26% nos casos mais recentes.
Por isso, o novo percentual pode prejudicar muito os motores a gasolina, especialmente os mais antigos, projetados e calibrados em épocas onde o percentual de etanol no combustível era bem menor. O aumento atual é tão expressivo que os fabricantes devem demorar 18 meses para mudar todos os propulsores.
Em épocas recentes, o percentual de etanol na gasolina chegou a ser reduzido para 18% (2011) e pouco tempo depois já estava em 25% (2013). Com uma variação tão grande da quantidade de álcool no derivado de petróleo, não será estranho observar problemas decorrentes disso nos automóveis, especialmente os mais antigos.
Usineiros, governo e Anfavea chegaram à conclusão de que 27% seria aceitável segundo testes de durabilidade feitos pelas montadoras. Como boa parte da frota tem motores flex, os danos seriam reduzidos e afetariam apenas os que não possuem a tecnologia bicombustível.
Fonte: Estadão