GM: terceirização ajudou a reduzir custos e erros de produção na China

Na China, país que será fundamental para a estratégia global de carros elétricos da GM, a redução dos custos e também dos erros na fabricação de automóveis está servindo como base para que haja uma alteração radical no processo industrial envolvendo o setor automotivo. Em uma linha de montagem tradicional, os operadores recebem as peças e componentes dos veículos e assim os monta nos carros que circulam pelas estações de trabalho.

Tanto a armação da carroceria quanto a montagem final são etapas cruciais para que os veículos saiam da linha de montagem aprovados pela inspeção final. Para que não haja perda de tempo, estas estações de trabalho recebem os kits de peças no momento em que serão montadas, evitando que o montador fique esperando ou tenha que segurar o veículo na linha, o que não pode acontecer em hipótese alguma, pois gera custos e provavelmente erros.

Para que tudo funcione em ordem e no tempo, outra equipe se dedica à logística de abastecimento de peças, no chamado “just-in-time”, entregando o que se vai usar no momento certo. Geralmente essa equipe faz parte do quadro funcional da montadora e em plantas mais antigas, operam também pequenos veículos elétricos que levam as partes do veículo até as estações de montagem designadas. Nas instalações mais modernas, esses veículos são robotizados e seguem uma ordem informatizada de entrega, que também ocorre com a mão-de-obra humana.

Porém, nas fábricas da GM na China, em especial nas que produzem os carros da marca Baojun, esse segundo pelotão, que apoia a linha passou a ser terceirizado, utilizando-se a mão de obra da DHL, divisão comercial do Deutsche Post. A empresa passou a assumir essa logística e a GM manteve o controle da linha, ou seja, desde as prensas das partes da carroceria, soldagem do chassi, armação da carroceria e montagem final, a montadora é quem gerencia o processo. Para a empresa, é crucial ter o controle de qualidade, a fim de evitar erros de montagem e aumento de custos.

O processo gerou uma redução nos erros de fabricação da ordem de um quarto em comparação com o período de 10 a 20 anos atrás, segundo Paul Buetow, gerente de produção da GM no país. Antes, a produção empregava uma grande número de operações manuais, mas atualmente as 17 plantas da montadora na China estão recebendo todo tipo de tecnologia, inclusive algumas que ainda nem foram disponibilizadas em outras fábricas do grupo americano. Muitos robôs foram introduzidos, inclusive auxiliares, que trabalham junto com operadores humanos.

Buetow diz que assim a GM controla a parte essencial do negócio e deixa a responsabilidade logística com a DHL e outros sistemistas. Tudo em busca da eficiência na produção, melhorando assim a qualidade na montagem e reduzindo os custos. William Li, CEO da NIO, empresa que está lançando uma gama de carros elétricos da NextEV, também pensa da mesma forma em relação às startups de carros elétricos.

A empresa está querendo entregar quase todo o processo para empresas terceirizadas, mas centrando-se no controle da produção, fundamental para garantir a qualidade dos produtos. O problema é que a China não permite um grau elevado de terceirização nas linhas, como propõe Li, que defende que as empresas pequenas precisam disso para focar tempo e dinheiro na parte crítica do processo e deixando as demais funções com contratadas.

Fonte: Reuters

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AGÊNCIA CMI
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