O que acontecerá com o mercado automotivo de Cuba?

Cuba_Cars_03O site americano Automotive Business fez uma análise sobre o futuro do ressuscitado mercado automotivo cubano após a abertura política promovida pelo atual regime de Raul Castro. A “ilha de Fidel” é um paraíso dos clássicos dos anos 40 e 50, mas em termos de novos produtos, está muito carente. Os mais recentes são de origem russa, chinesa e coreana.

Existem em torno de 650.000 veículos circulando pelo país caribenho, sendo que quase 300 mil são de propriedade do governo. Para uma população de 11 milhões de pessoas, Cuba tem uma taxa de motorização de 27,5 pessoas por veículo. Os proprietários privados – aqueles que em sua maioria conservam os clássicos – já podem comprar e vender entre si.

No entanto, o governo está limitando o acesso ao carro novo, impondo taxas que fazem os preços de alguns importados serem simplesmente absurdos. Um Peugeot 508 custa o equivalente a 169.000 euros, enquanto o Suzuki Jimny parte de 45.000 euros. Ou seja, valores que poucos podem pagar. Isso reflete diretamente nas vendas de novos, calculadas em torno de 50 veículos desde a liberação do comércio há seis meses.

Mas e daqui para frente? Com a recente abertura política e reaproximação com os EUA, Cuba deve atrair os olhares de colecionadores e entusiastas de todo o mundo. Afinal, muitos clássicos estão em perfeito estado, embora rodando com adaptações e alguns até personalizados, pois a ilha ficou décadas isolada comercialmente.

Com um salário anual de US$ 240, o proprietário de um carro clássico será tentado com propostas de compra animadoras, cujos valores podem ficar na casa das dezenas de milhares de dólares, dependendo do modelo e seu estado. Assim, o que pode ocorrer é um êxodo de carros antigos do país ao invés de aumento da frota, pois dificilmente o governo liberará de forma imediata as taxas agressivas que impedem o acesso do consumidor ao produto novo.

Ainda assim, teme-se que a política local mude em relação à saída de veículos do país, o que poderia acarretar em diminuição da frota local e consequentemente problemas de transporte. Por enquanto, muitos ainda estão reticentes quanto ao futuro da relação Cuba-EUA.

A reaproximação comercial não deve alterar a política interna do país latino, mas muitos já estão de olho em mudanças mais além. A Nissan é uma das montadoras que querem entrar no mercado local, mas só quando as regras mudarem. Mesmo assim, os cubanos tem renda muito baixa, mesmo para aquisição de carros usados importados, o que dificultaria qualquer iniciativa mesmo sem qualquer restrição fiscal.

Fonte: Automotive Business

 

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AGÊNCIA CMI
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